sexta-feira, 30 de março de 2012

CEARÁ LIDERA INCLUSÃO ESCOLAR


O Ceará é líder no Brasil na inclusão escolar de crianças entre quatro e cinco anos de idade. O Estado tem 92,2% dessa faixa etária na pré-escola, de acordo com os dados do Movimento Todos pela Educação divulgados ontem.

Pelo menos é o que avalia o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (Cedeca), o Conselho Estadual de Educação e os especialistas em educação. Atualmente, eles discutem a qualidade desse ensino para que os resultados não sejam apenas quantitativos, mas que venham agregados a bons professores e estrutura adequada.

Um questionamento, levantado pelo assessor comunitário do Cedeca, Laudenir Gomes, é se o Município tem recorrido à construção das novas escolas e à ampliação das já existentes para atender ao número crescente de alunos. "Ainda vemos muitas escolas superlotadas. A São João Batista, no Jardim das Oliveiras, por exemplo, atende a faixa infantil de quatro e cinco anos até o 5° ano, mas passa por problemas de estrutura física", alerta.

Para ele, a qualidade ainda é um ponto a ser discutido e o acesso precisa significar boas condições. "Se não for com oferta de qualidade, não adianta, tendo em vista que não vai beneficiar as crianças. Temos que ver se de fato os números acompanham a qualidade", ressalta.

Ainda há fatores preocupantes na educação que dependem de recursos. É o que defende o presidente do Conselho Estadual de Educação, Edgar Linhares. Para ele, é preciso melhor formação dos professores e melhor remuneração para os profissionais da área de modo geral.

"Enquanto não atingirmos os 10% do PIB nacional destinados à educação, não temos o direito de melhoria qualitativa correspondente aos nossos sonhos de educadores", ressalta.

Um aspecto interessante da pesquisa é que oito dos nove Estados nordestinos estão entre os dez primeiros colocados no ranking nacional de inclusão. Ficou de fora apenas Alagoas, com 78,1%. Entre os dez melhores, estão São Paulo e Rio de Janeiro, da Região Sudeste.

Segundo informações na reportagem de Adriana Rodrigues do Diário, ao todo, 14 unidades da Federação têm índices de atendimento inferiores à média nacional.